Com a chegada do verão, dia 21 de dezembro, é preciso ter cuidados redobrados com a saúde. O excesso de calor pode favorecer condições como insolação, alteração na pressão arterial, desidratação e doenças da pele e do coração. Segundo artigo da Escola de Medicina Harvard (HMS), as altas temperaturas são particularmente difíceis para as pessoas com insuficiência cardíaca. E indivíduos saudáveis e praticantes de exercícios físicos não estão isentos de sofrer com as ondas quentes. Mas como parar de se exercitar nunca é a solução, o que podemos fazer para evitar os problemas advindos do calor?
O médico cardiologista Fabio Tuche explica que a exposição ao calor extremo pode causar uma série de problemas.
– A prática de exercícios com exposição a altas temperaturas está associada a um risco aumentado de algumas complicações, que caracterizam um risco de hipertermia, mais conhecida como insolação. Essa condição pode variar em termos de apresentações – conta Tuche. – Os casos costumam ser leves e chamados de exaustão pelo calor, cursando com sintomas de desidratação, câimbras, tonturas, dor de cabeça, enjoo e temperaturas (febres) variando de 37°C a 40°C. Os quadros mais graves, chamados de intermação por esforço, podem cursar com vômitos, hemorragias, desmaios, disfunção de múltiplos órgãos e até risco de morte. Tais sintomas surgem quando o corpo perde a capacidade de autocontrole da temperatura interna mediante exposição a altas temperaturas internas e no ambiente.
Problemas causados pelo excesso de calor:
- Insolação;
- Doenças de pele como micose e bicho geográfico;
- Desidratação;
- Dor de cabeça;
- Tonturas;
- Desmaios;
- Fadiga;
- Risco de morte por parada cardíaca;
- Aumento do risco de desenvolvimento de câncer de pele.
Verão não é desculpa para não se exercitar
Embora os cuidados sejam necessários, o verão não impede as pessoas de se exercitarem. De acordo com o médico do esporte Fabrício Buzatto, o indicado é praticar atividades pela manhã, até às 9h, ou a partir das 16h, mas sempre com o clima mais ameno.
– Com o aumento da temperatura, os exercícios devem ser feitos em horários com a menor incidência do sol. Um exercício aquático ou em um local com ar-condicionado terá bem menos impacto – diz Buzatto.
O especialista Fabio Tuche ressalta que os exercícios físicos reduzem o risco de doenças cardíacas, porém destaca a importância de respeitar os próprios limites para prevenir eventuais problemas.
– A prática de exercícios deve ser sempre estimulada, pois um dos maiores marcadores de longevidade e redução do risco de doenças crônicas (incluindo as doenças cardíacas) é o bom condicionamento físico. Isso não significa dizer que se deva sair do sedentarismo e começar a praticar exercícios sem o devido cuidado, principalmente no verão quando as temperaturas são mais elevadas – afirma Fabio.
– Para quem é sedentário, não importa a estação do ano, sempre deve ser com cuidado. A grande questão do verão é que as pessoas querem correr atrás do prejuízo de meses ou anos sem fazer nada, então toda cautela é necessária – alerta Fabrício Buzatto.
Dicas e cuidados com a saúde do coração no verão:
Com a orientação do cardiologista Fabio Tuche, o EU Atleta lista dicas para cuidar da saúde do coração no verão. Veja abaixo!
- Mantenha o corpo sempre bem hidratado, com água a pelo menos cada 20 minutos de exercício e bebidas isotônicas quando necessário, em atividades mais vigorosas e longas;
- Evite atividades em horários de temperaturas elevadas, procure se exercitar antes das 9h e depois das 16h – de preferência, depois das 17h;
- Use roupas leves e, de preferência, claras;
- Comece com baixos esforços e faça progressos gradativamente, com o tempo adequado de recuperação do corpo;
- Procure um médico para ter certeza de que não possui nenhuma doença cardíaca prévia, principalmente se você tem idade avançada e sintomas relacionados aos esforços, tais como falta de ar, tontura, dor no peito ou fatores de risco para doenças cardíacas;
- Se você já foi diagnosticado com Covid-19 com falta de ar, internação hospitalar ou cansaço permanente, deve passar por uma avaliação médica antes de iniciar a prática de exercícios físicos regulares;
- Se ficar debaixo de sol, use um bom protetor solar e boné. O uso de camisas com proteção UV também é indicado.
Fonte:
Fabio Tuche é médico cardiologista, doutor em Ciências pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Fabrício Buzatto é médico do esporte e fisiatra no Ambulatório de Dor Miofascial do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo.